Confira como será o funcionamento do bolsa caminhoneiro e como isso beneficiará os profissionais do transporte

Para tentar driblar os impactos causados pelos consecutivos aumentos no preço dos combustíveis, o governo federal tem planos de criar e implementar o bolsa caminhoneiro, que é uma espécie de auxílio para os profissionais da área de transportes.

Essa é uma das medidas que o governo Jair Bolsonaro estuda para reduzir o impacto do aumento dos preços dos combustíveis, sem interferir na política da Petrobras.

Conheça um pouco mais sobre esse possível recurso e veja quais os benefícios dessa medida.

O funcionamento do bolsa caminhoneiro

A ideia por trás dessa iniciativa é bastante simples… conforme a Folha de S. Paulo, o cálculo do benefício seria tirado a partir de uma média entre os quilômetros rodados e o consumo de diesel, de tal forma que o aumento no preço do combustível gerasse uma restituição do valor equivalente à tributação federal.

Dessa forma, o bolsa caminhoneiro seria uma forma de proteger os profissionais dos transportes contra os aumentos dos valores do combustível.

Opinião dividida

Embora o projeto seja uma iniciativa criada para mitigar riscos relacionados à flutuação dos preços do diesel, a realidade é que a criação desse voucher levanta discussões e contrapontos. 

Os defensores da nova medida alegam que essa iniciativa é muito mais barata do que garantir uma possível isenção fiscal para a população.

Já os opositores apontam que tal ação é um tanto quanto incoerente, dado que estamos falando da criação de um novo benefício, mesmo quando a prorrogação do auxílio emergencial nem sequer foi votada.

Medidas adicionais

Para a equipe a favor do bolsa caminhoneiro, outra opção para frear os impactos dos aumentos do combustível é a criação de um fundo com excedentes de royalties do petróleo. 

Quando houvesse flutuação nos valores, esse fundo seria utilizado para pagar tanto a Petrobras quanto importadores.

A ideia já era discutida desde 2018, durante a greve dos caminhoneiros no governo Michel Temer (MDB). A medida também recebe aprovação do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, principal interlocutor do Palácio do Planalto com os caminhoneiros.

Porém, é válido lembrar que essa iniciativa não possui o apoio do Ministério da Economia, uma vez que eles são contra a criação de mais um novo fundo.

Evitar uma nova greve

A ideia do bolsa caminhoneiro foi uma resposta do presidente para tentar amenizar a situação e evitar uma nova greve.

Uma das principais demandas do movimento está relacionada ao preço do diesel. Em 2020, os preços da Petrobras acumulavam queda de 16,6%, mas os motoristas afirmam que as reduções praticadas nas refinarias não chegam aos postos. 

Outra reclamação dos caminhoneiros é a maior aplicação da tabela com preços mínimos de frete, elaborada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

Ela foi criada após a greve dos caminhoneiros de 2018, a partir de um pedido de melhor remuneração, mas os motoristas do movimento clamam por maior fiscalização do governo sobre a aplicação da tabela de valores e revisões de metodologia.

Enquanto o novo benefício não é oficializado, cabe aos caminhoneiros buscarem formas de economizar no combustível dos automóveis.