Entenda como a atual crise hídrica prejudica o setor agrícola brasileiro

Segundo dados divulgados pelo Sistema Interligado Nacional (SIN), o Brasil sofre no ano de 2021 a maior crise hídrica em 91 anos.

A água é um dos recursos mais importantes tanto para o consumo pessoal quanto para o setor industrial, ou seja, além da população, a indústria também sofre com a falta de água.

Tem-se que, de acordo com pesquisas do Operador Nacional de Sistema Elétrica (ONS), 70% da matriz energética brasileira é conservada em usinas hidrelétricas, que produzem a energia elétrica baseada na altura das quedas de água e vazão desta.

Ainda, o órgão informa que o armazenamento de energia nas hidrelétricas assinalou em abril deste ano o nível mais baixo desde o ano de 2015.

No início de junho, foi publicada a Resolução n. 77/2021 pela Agência Nacional de Águas (ANA), declarando a Situação Crítica de Escassez Quantitativa de Recursos Hídricos da Região Hidrográfica do Paraná, correspondente a 10% do território nacional.

Devido a situação alarmante, também foi emitido um alerta de emergência hídrica pelo Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) aos estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e São Paulo, que são os principais produtores do Brasil.

Feitas essas considerações, verifique abaixo quais são os impactos da crise hídrica no agronegócio.

Como o agronegócio é afetado pela crise hídrica?

Segundo dados também da Agência Nacional de Águas (ANA), a ordem brasileira de utilização das bacias hidrográficas consiste em irrigação, abastecimento animal, industrial e urbano.

Dentro deste panorama fica evidente que o agronegócio sofre grandes desafios em decorrência da crise hídrica, podendo se destacar a perda das safras devido a seca, elevação do custo da energia e aumento do custo com ração.

Quais são os setores do agronegócio que estão sofrendo prejuízo com a crise hídrica?

Pecuária de Corte 

Os pastos encontram-se bem deteriorados em regiões de vasta importância de produção pecuária de carne e leite, como Minas Gerais, São Paulo e Paraná. 

Os custos com a ração estão muito elevados, o que reduz a quantidade de gado para o abate e de vacas leiteiras.

Café

A crise hídrica prejudicou a florada e o enchimento dos grãos, o que implicará, conforme previsão, numa queda de 30% da produção arábica em relação ao último ano.

Laranja

O cultivo de laranjas sofreu diminuição da quantidade de frutos dada a estiagem. Apesar da perspectiva de recuperação na safra atual, esta ainda estará abaixo da média das dez anteriores.

Arroz

O cultivo de arroz no Brasil se dá majoritariamente em áreas irrigadas. Dessa forma, apesar da boa produção neste ano, há preocupação de os reservatórios não serem devidamente preenchidos, causando a diminuição da área a ser plantada.

Cana-de-açúcar

A capacidade de produção foi impactada com a crise hídrica, gerando atrasos na colheita, refletindo, inclusive, no preço do combustível Etanol.

Feijão

Muitos produtores desistiram do plantio devido a falta de água para irrigação adequada. Os feijões não se desenvolveram adequadamente, resultando em uma colheita ruim.

Tendo em vista a crise hídrica vivida, o produtor rural precisa buscar meios sustentáveis e alternativos para sofrer de forma mais branda os impactos causados pela seca.