Por muito tempo acreditou-se que o feijão tinha origem na Índia ou na Ásia, mas há registros de utilização do grão por gregos e romanos.
Existem cerca de 55 espécies de feijão no mundo. Segundo dados de 2018, os maiores produtores de feijão do mundo são, Myanmar, Índia, Brasil, Estados Unidos e Tanzânia, responsáveis por quase 60% da produção mundial, ou 15,3 milhões de toneladas.
A chegada do grão no Brasil pode ter acontecido por três rotas diferentes:
Primeira Rota - origem no México, passando pelas ilhas do Caribe, Colômbia e Venezuela, responsável pela introdução dos grãos mais comuns no país, do tipo mesoamericano, que são pequenos, pretos, marrons e mulatinhos.
Segunda Rota - origem nos Andes, com a introdução de feijões grandes, do tipo jalo e pintado.
Terceira Rota - trazidos por imigrantes após a descoberta da América. Os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina foram colonizados por imigrantes italianos e alemães, os quais trouxeram a variedade muito consumida na região, o feijão rajado.
O feijão faz parte da alimentação do brasileiro e é cultivado em praticamente todos os estados. São muitas as variedades e ele pode ser consumido como acompanhamento ou fazer parte de outros preparos. É rico em proteínas e aminoácidos essenciais, além de carboidratos, vitaminas e minerais.
A feijoada e o arroz e feijão são pratos tradicionais no país. O padrão básico alimentar do brasileiro é de que 84% das pessoas consomem arroz e 72,8% feijão.
O feijão é responsável por parte considerável da renda e subsistência de agricultores familiares no Brasil. Segundo dados de pesquisa realizada em 2018 pelo IBGE, 82% dos produtores de feijão no Paraná, um dos principais estados produtores do grão, é de agricultores familiares e 76,4% da produção se encontra em propriedades com no máximo 20 hectares de área.
As espécies mais cultivadas no Brasil são o feijão comum, cultivado em todo o território nacional, o feijão de corda ou feijão-caupi, na Região Amazônica, Nordeste e Centro-Oeste e o feijão preto, na região Sul. Cerca de ⅔ da produção é de feijão comum, 18,5% de feijão preto e 14,5% de feijão-caupi.
O feijão é uma cultura de ciclo curto e acontece em três safras durante o ano. A primeira é a safra das águas, com plantio de agosto a novembro e colheita de novembro a fevereiro. A segunda tem seu plantio de dezembro a março e colheita de março e junho. A terceira é a de inverno, ou safra irrigada, com plantio de abril a julho e colheita de julho a outubro.
A tecnologia é importante para a cultura, pois o melhoramento genético do feijão ajuda a desenvolver novas variedades, melhorando as características físicas e nutricionais, assim como grãos que resistam a doenças e insetos e às mudanças climáticas.
Os grãos de feijão podem sofrer mudanças estruturais e fisiológicas como diminuição da dureza e mudança na coloração, pois são sensíveis aos longos períodos de armazenamento, temperaturas elevadas e umidade baixa ou elevada. Um grão de pouco qualidade altera o tempo de cocção e impossibilita a formação do caldo grosso do feijão.
O último levantamento da Conab, Companhia Nacional de Abastecimento, indica que atualmente há pouca disponibilidade no Brasil de grãos de feijão comum de boa qualidade, devido ao excesso de chuvas na produção da última safra colhida, resultando em grãos quebrados, manchados e brotados, o que tem aumentado os preços.
No Paraná, maior produtor, a semeadura já foi finalizada e os grãos estão no início da floração. A colheita deve ser realizada em março e a tendência é que apenas após as colheitas o mercado volte a se equilibrar, com oferta de grãos de maior qualidade.
A expectativa é que a safra de feijão 2019/2020 atinja a produção de 3,1 milhões de toneladas e que haja consumo de 3,05 milhões de toneladas, importação de 100 mil toneladas e exportação de 160 mil toneladas.