MILHO
O cultivo do milho foi iniciado há 4.000 anos, mas os primeiros registros sobre o grão, que havia sido encontrado em ilhas no Golfo do México, datam de 7.300 anos atrás.
O milho serviu de base alimentar para civilizações importantes como Maias, Astecas e Incas. Os índios americanos cultivavam diversas espécies de milho conforme o uso que pretendiam, método que foi substituído posteriormente pelo plantio de uma única espécie.
O milho se espalhou pelo mundo após as grandes navegações, no século XVI, e hoje pode ser encontrado em todos os continentes.
No Brasil, o milho já era cultivado antes da chegada dos colonizadores europeus. Seu uso se intensificou tornando o item um importante produto consumido pela população.
Hoje podem ser encontradas cerca de 150 espécies de milho de diversas cores e formatos. Ele também é utilizado como ingrediente básico para produtos como azeites, bebidas alcóolicas e combustíveis e como ração animal.
O milho é formado por endosperma, a maior parte do grão, composto principalmente por amido e glúten; película, que recobre o grão; água, que corresponde a 16% do milho; e gérmen, fonte do óleo de milho.
O plantio pode ser afetado por fatores ambientais como: déficit hídrico, altitude, latitude, temperatura e luminosidade. Como a maioria das culturas, a época do plantio deve ser analisada para garantir uma melhor produção e qualidade do grão. No geral, a época mais indicada nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste é de setembro a novembro e nas Regiões Norte e Nordeste é entre março e abril.
A temperatura ideal para o desenvolvimento do milho é de 24ºC a 30ºC. Por isso o clima em regiões mais frias do Rio Grande do Sul e Paraná, por exemplo, podem retardar as fases de germinação e desenvolvimento do grão. Em temperaturas mais altas pode ocorrer a redução da produtividade, porque o florescimento da planta acontece de forma acelerada, reduzindo sua capacidade produtiva.
A primeira safra brasileira não tem grande impacto na oferta, pois o milho não consegue competir com a soja, que é a preferência dos produtores. Algumas regiões próximas aos portos como no Paraná e na região de Matopiba, se especializam no plantio de milho nesse período, visando a exportação nos primeiros meses do ano. Outras ainda atendem nichos internos como o segmento bovino, produção do etanol e demanda nordestina.
A expectativa é que haja aumento de 1,2% no plantio de milho nas Regiões Norte e Nordeste em relação ao ano passado. As áreas de média e grande extensão começaram a ser semeadas no final de novembro e o aumento de área de plantio do grão foi incentivada pela perspectiva de bons preços no futuro.
Na agricultura familiar, o plantio de milho é geralmente realizado através de consórcios. A produtividade é baixa, assim como o uso de tecnologia e o foco é a subsistência, ração animal e venda de milho verde. Os produtores normalmente aguardam as sementes distribuídas pelo governo em janeiro ou usam sementes guardadas de uma safra para outra. Uma pequena parcela compra sementes crioulas.
Os grandes produtores usam variedades adaptadas, fertilizantes, defensivos e técnicas de manejo de plantio direto e semi-direto. A venda é feita para o mercado interno, fábricas de ração e para exportação.
O plantio da segunda safra se inicia em janeiro e da terceira em maio e junho, como boa opção de rotação de plantio para a soja. Esta última safra auxilia o abastecimento interno e a geração de excedentes para exportação. Os Estados de maior destaque são Sergipe, Alagoas, Roraima e Amapá e Nordeste da Bahia.
A estimativa nacional de plantio de milho considerando as três safras 2019/2020 é de 98,7 milhões de toneladas, crescimento de 0,2% em comparação à safra 2018/2019.