Segundo dados do DPVAT (seguro obrigatório), em 2015, apenas 12% dos acidentes fatais com motos tiveram mulheres envolvidas. Em contrapartida, a venda de motos para o público feminino já atinge 50% em cidades do interior de São Paulo, como Indaiatuba, por exemplo.

Outro fato é inegável, basta olhar nas ruas para ver mulheres usando motos de forma mais comedida. A diferença de comportamento começa a aparecer na fase do aprendizado, ainda nas aulas na moto-escola. Segundo a instrutora Renata Menezes, de Lagoa da Prata (MG), alguns homens olham com desconfiança e ficam sem graça ao saber que receberão instrução de uma mulher: “alguns parecem não aceitar, acham que já sabem de tudo e não querem ser corrigidos”. No fim, quem aprende melhor, dirige melhor.

Uma opinião importante sobre ousadia é da motociclista Cristiane Cardoso, que trabalha como motogirl há 23 anos e nunca sofreu um acidente grave. “Vejo alguns garotos que completam 18 anos, tiram habilitação, vão trabalhar de moto e já se acham pilotos, são muito imprudentes”.

Menos experiente, porém não menos cuidadosa, a auxiliar administrativa Luary Laisa Pereira é motociclista desde 2010 e prefere manter distância dos grandes veículos. “Os caminhões são os que mais preocupam, procuro me manter longe e tentar antever as manobras que eles farão”.

A tradutora Rosa Freitag, 48 anos, usa motos há oito anos e para ela a visão de 360 graus é fundamental. “Olhar bem à frente e não descuidar dos espelhos retrovisores”.  Segundo ela, “na moto, estamos instáveis, e sempre devemos levar isso em consideração, seja em uma viagem atravessando o continente ou indo até a padaria”.

Moradora de Sorocaba (SP), a estudante de engenharia Rebeca Bonel diz que a atenção aos retrovisores e o cuidado nos  cruzamentos são hábitos que nos mantém livres dos acidentes.

 

Hora da agrenalina

Mesmo no esporte, as mulheres parecem mais cuidadosas. Para Aline Negro, que mora em Goiânia e pratica enduro, o maior cuidado deve ser dedicado ao uso do equipamento de proteção, com destaque para o capacete. “Fora ou dentro da trilha é imprescindível estar equipada, um acidente por culpa de ousadia pode resultar em graves consequências”.

No fim das contas o importante é ter prudência ao pilotar uma motocicleta, mesmo que esteja atrás de adrenalina. Em cima dela não temos cinto de segurança, apoio para a coluna ou estruturas de proteção, no caso de uma batida o motorista é arremessado e podem ocorrer graves consequências. Portanto, vamos sempre manter nossa segurança e dos próximos em nosso redor em primeiro lugar, assim podemos acumular inúmeras experiências para compartilhar com quem gostamos.

 Informações retiradas da revista "Moto Jornal", edição nº32 de 2016 !