Veja quais são as perspectivas para plantação de café em 2021 e descubra como isso pode impactar o setor agrícola!

O Brasil, maior produtor e exportador de café do mundo, pode ver sua safra encolher em até um terço neste ano, principalmente devido à seca.

Pelo menos essa é a previsão para a plantação de café em 2021, de acordo com a agência de estatísticas agrícolas Conab em seu 1º Levantamento da Safra, divulgado em janeiro.

Confira algumas das principais informações a respeito desse tema.

COMO FOI A SITUAÇÃO EM 2020?

As exportações brasileiras de café bateram novo recorde em 2020. O Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) diz que o volume total (café verde, solúvel e torrado) foi de 44,5 milhões de sacas de 60 quilos no ano, 9,4% acima de 2019 e maior volume da série Cecafé, que teve início em 1990. 

Quanto ao café verde (arábica e robusta), foram exportadas 40,4 milhões de sacas, 10,2% a mais em relação ao ano anterior.

O desempenho foi muito positivo considerando o cenário pandêmico de 2020. A boa safra 2020/21, a desvalorização da moeda brasileira frente às cotações do dólar, o consumo firme e a boa competitividade do produto nacional impulsionaram as vendas internacionais.

QUAL FOI O VALOR DA BAIXA DA PLANTAÇÃO DE CAFÉ EM 2021?

A produção pode ser menor que a anterior; no entanto, os players do mercado têm opiniões diferentes sobre o tamanho da redução. 

Alguns agentes consultados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) esperam números próximos aos apresentados pela Conab, enquanto outros agentes afirmam que o enchimento de grãos pode amenizar a quebra de safra, resultando em uma produtividade satisfatória para o arábica. 

Segundo agentes consultados pelo Cepea, o sul de Minas Gerais e a Mogiana Paulista podem registrar quedas mais expressivas na produção.

Considerando o arábica, a Conab estima uma produção de 29,72 a 32,99 milhões de sacas na safra 2021/22, queda entre 32,4% e 39,1% em relação a 2020/21. 

Quanto ao robusta, a produção deve totalizar de 14,13 a 16,59 milhões de sacas. 

O QUE PODE TER GERADO A QUEDA?

O menor volume colhido em 2021/22 é atribuído ao ciclo bienal negativo do arábica, ao estresse das lavouras de café após uma grande produção em 2020/21, às condições climáticas desfavoráveis ​​e à significativa perda da lavoura do café. 

Devido ao clima desfavorável no segundo semestre de 2020, muitos produtores de arábica decidiram fazer a poda das lavouras, com o objetivo de reduzir despesas da plantação de café em 2021 e esperando uma recuperação na produção de 2022/23 (ciclo bienal positivo).

A Conab disse que a atual safra de baixa produtividade já traz “efeitos fisiológicos negativos” nas plantas das regiões produtoras, agravados pelas “condições climáticas adversas”. Partes do país sofreram fortes secas e ondas de calor no ano passado. 

Somente para os grãos de café arábica, a produção brasileira pode cair até 39,1% em relação ao ano passado, disse a Conab.