Chuvas no RS: Entenda os impactos das chuvas intensas no setor agrícola do Rio Grande do Sul e as perspectivas para o futuro das colheitas
As chuvas intensas que ocorreram no primeiro semestre deste ano no Rio Grande do Sul causaram danos significativos ao setor agrícola. Esse período de excesso de água afetou plantações, produtividade e a economia local.
Neste artigo, analisaremos o estado atual da agricultura após as chuvas no RS, os impactos causados por elas e as ações que estão sendo tomadas para recuperação do setor.
Impactos das chuvas nas principais culturas agrícolas
As chuvas que afetaram o Rio Grande do Sul não somente abalaram a população e suas residências, mas impactaram significativa e negativamente o setor agrícola, especialmente de soja, milho, arroz, frutas e hortaliças, tão importantes para a economia e subsistência do estado e do país.
A título de exemplo, a produção de milho reduziu 354.189 toneladas. Dos 812.795 hectares plantados, cerca de 113.700 foram afetados pelos altos índices pluviométricos ao longo das semanas em que ocorreram.
Outro impacto das chuvas se deu nas plantações de feijão, com uma queda de cerca de 22,88%, se comparado às estimativas iniciais. Os números das culturas de soja são igualmente impressionantes, infelizmente, pelo lado negativo, por serem afetadas em áreas onde a colheita ainda estava em andamento, com perdas estimadas em 2,7 milhões de toneladas.
Medidas de recuperação e apoio ao setor agrícola
O governo estadual do Rio Grande do Sul e a Emater/RS têm sido dois canais de apoio técnico e financeiro para recuperação agrícola. As medidas vão desde o fornecimento de crédito emergencial aos programas para a recuperação do solo.
Pelo nível do impacto em certas regiões e culturas, o processo de reabilitação será de médio a longo prazo. A região do Vale do Taquari, na qual em apenas oito meses, três enchentes históricas destruíram cidades inteiras, pode levar mais tempo, se comparado às cidades menos afetadas e assim sucessivamente.
Demais medidas incluem a reorganização das estruturas produtivas, como a realocação de silos danificados e o redirecionamento de algumas áreas de cultivo. Todas as soluções encarregam-se de reestruturar e normalizar o setor agrícola para produtores de todos os portes.
Perspectivas para a agricultura no RS no restante do ano
As perspectivas dependem da soma de dois principais fatores: do nível de precipitação dos meses seguintes e da efetivação de medidas de recuperação dos danos do primeiro semestre.
Mediante ambos, surge a necessidade de criar estruturas que minimizem possíveis situações iguais ou semelhantes àqueles cenários devastadores. Chuvas no RS podem ser previstas, não impedidas, sendo indispensável a introdução de práticas agrícolas e investimentos em infraestrutura para reduzir possíveis prejuízos futuros.
As ações devem partir dos responsáveis pelo setor, no que diz respeito à apresentação de soluções agrícolas, e do governo, no que diz respeito ao apoio e suporte financeiro.
Como as chuvas influenciam a economia agrícola regional
Conforme relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), as enchentes impactaram o Rio Grande do Sul em R$ 87 bilhões. A agricultura, representante de uma das maiores fatias econômicas do estado, especialmente pelas safras de soja, milho e arroz, sentiu diretamente os danos e perdas, entre: perdas de emprego, diminuição de renda dos colaboradores, elevação de custos de produção, entre outros prejuízos.
A crise climática é uma realidade. Com isso, deve-se criar e implementar estratégias de prevenção e gestão de riscos para enfrentá-la de modo com que os danos, assim como os das chuvas no RS no primeiro semestre — em todos os níveis e setores — não se repitam.