Cada vez mais valorizadas pelo mercado, as certificações agrícolas servem como um selo de compromisso com práticas sustentáveis, sociais e ambientalmente responsáveis. Elas ajudam a garantir que o alimento produzido respeita critérios de qualidade, segurança e responsabilidade — fatores que impactam diretamente o acesso a mercados internacionais, melhores preços e a confiança do consumidor.
A seguir, conheça as certificações mais reconhecidas no setor agrícola brasileiro e internacional, e entenda o que cada uma delas exige do produtor.
Rainforest Alliance
Essa certificação é voltada à produção agrícola com foco em conservação ambiental, respeito às comunidades locais e boas condições de trabalho. O selo da Rainforest Alliance está presente em culturas como café, cacau, chá e frutas. O sistema de auditoria é rigoroso, envolvendo critérios como uso racional da água, proteção da biodiversidade e manejo responsável do solo.
Fair Trade (comércio justo)
O selo Fair Trade garante que os produtos foram cultivados sob condições justas de comércio, valorizando o trabalho dos pequenos produtores e combatendo práticas exploratórias. Além da preocupação social, o certificado também leva em conta critérios ambientais e de rastreabilidade. Muito comum em cooperativas, ele fortalece o acesso a mercados conscientes.
GlobalG.A.P.
Voltado à produção agrícola voltada para exportação, o GlobalG.A.P. é uma das certificações mais exigidas por redes de supermercados da Europa. O foco está em boas práticas agrícolas, higiene, rastreabilidade, segurança alimentar e sustentabilidade ambiental. É bastante usado em hortifruticultura e na pecuária.
Orgânico Brasil
É a certificação oficial para produtos orgânicos no país, regulamentada pelo Ministério da Agricultura. Para obtê-la, o produtor precisa eliminar o uso de agrotóxicos sintéticos e adotar práticas de cultivo sustentável, como adubação orgânica, controle biológico de pragas e rotação de culturas. O selo é obrigatório para qualquer produto orgânico comercializado no Brasil.
UTZ Certified
Focada em cadeias produtivas de cacau, café e chá, a UTZ (hoje integrada à Rainforest Alliance) estabelece critérios relacionados a práticas agrícolas sustentáveis, gestão eficiente e respeito aos direitos trabalhistas. A certificação é bastante valorizada por grandes marcas e redes varejistas.
Rede de Agricultura Sustentável (RAS)
Essa certificação atua com base em princípios que combinam conservação ambiental, equidade social e viabilidade econômica. Os padrões da RAS são reconhecidos por auditorias independentes e visam transformar a paisagem agrícola com responsabilidade.
Bonsucro
Específica para a cadeia da cana-de-açúcar, a certificação Bonsucro garante a produção sustentável do açúcar, etanol e bioenergia. Avalia fatores como produtividade, eficiência hídrica, emissão de gases de efeito estufa e respeito aos direitos trabalhistas. É uma exigência crescente no setor sucroenergético.
Produção integrada (PI Brasil)
Regulamentada pelo governo brasileiro, essa certificação promove o uso racional de insumos, controle técnico da produção e rastreabilidade. Embora menos conhecida do público em geral, ela é fundamental para o acesso a mercados que exigem rigor nos processos produtivos.
Muito além do selo: o valor estratégico das certificações
Obter uma certificação em sustentabilidade agrícola não é apenas uma exigência de mercado — é uma estratégia para agregar valor à produção, abrir novas oportunidades comerciais e fortalecer a imagem do produtor. Com critérios claros e processos auditáveis, essas certificações ajudam a elevar o padrão da agricultura brasileira e alinhar o setor às novas exigências do consumidor.
A adoção de práticas mais responsáveis também impacta diretamente a qualidade do solo, da água e da biodiversidade, além de fortalecer o papel social da agricultura.
Entre as certificações agrícolas, escolher a mais adequada ao tipo de cultura, ao perfil do produtor e ao destino da produção é essencial para garantir bons resultados e reconhecimento.