Responsável por influenciar todas as taxas de juros do país, a taxa SELIC apresenta um impacto na demanda de pneus
Mesmo sem fazer pesquisas sobre economia, é muito comum se deparar com o aumento e diminuição do nível da taxa SELIC nos noticiários televisivos e na internet. O assunto está presente em todos os lugares, devido à relação com o controle da inflação.
Além de afetar os três principais pilares da vida financeira (investimentos, inflação e empréstimos), os níveis impactam a demanda de pneus, por causa do aumento de certas taxas; dos impostos embutidos no preço das mercadorias comercializadas; da demanda e dos preços baixos.
Considerado o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central (BC) para controlar a inflação, o Sistema Especial de Liquidação e Custódia (SELIC) é um programa eletrônico de empréstimos entre bancos e gera uma taxa que reflete a média dos juros cobrados.
A demanda de pneus é um exemplo de que se o Banco Central sobe os juros, aumentando a taxa Selic, o valor do produto fica mais alto em razão da falta de consumo.
Ou seja, a compra em supermercado, o parcelamento de dívida de cartão de crédito e até a compra de pneus são impactados diretamente.
Como o sistema afeta a demanda de pneus?
A estrutura básica da inflação é definida pela procura maior que a disponibilidade de um bem ou serviço, o preço dele sobe; e se ocorre o contrário, os valores pedidos pelos produtos ou serviços caem.
O valor da taxa é definido a cada 45 dias, após reunião do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), órgão que estabelece as diretrizes da política monetária, para definir o nível, seja por aumentar, diminuir ou se mantido estável.
Os membros do Copom analisam 4 indicadores principais: inflação, contas públicas, atividade econômica e cenário externo. A partir desses dados, é estabelecido o resultado: aumento de valor e queda na demanda de pneus, afetando diretamente aqueles que necessitam realizar a troca dos pneus.
Com isso, alguns consumidores esperam datas específicas para compra de pneus, visto que preço pode estar menor.
Quais são as principais operações financeiras do país afetadas?
Engana-se quem pensa que essa taxa mexe somente com os preços dos produtos. Existem também reflexos nos investimentos, nas contas públicas e no crescimento da economia.
Quando os juros são altos, o consumo diminui, prejudicando as vendas e as empresas. Se as empresas não crescem, há mais desemprego e a economia enfraquece.
Principais operações financeiras afetadas:
- rendimentos em investimentos de renda fixa;
- empréstimos interbancários (entre os bancos);
- empréstimos dos bancos para o governo federal;
- juros cobrados pelo uso do cheque especial.
Uma coisa é certa, a Selic impacta o bolso dos brasileiros, principalmente, pelo custo do crédito. Com a taxa básica mais alta, a tendência é que toda a cadeia de juros da economia seja elevada.
Além disso, a alta taxa dos juros básicos da economia gera impactos no crédito e no PIB (Produto Interno Bruto) e aumenta a atratividade de investimentos em renda fixa. Dessa forma, ocorre um desestímulo ao consumo.
A última atualização da taxa Selic foi definida no dia 04 de maio pelo Copom, que decidiu subir a taxa de 11,75% para 12,75% – analisada como a décima alta consecutiva. Nesse caso, o bolso do consumidor é afetado.